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Análise | Hell is Us é uma experiência imersiva que desafia sua curiosidade

Hell is Us é um jogo de ação que vem chamando atenção desde o anúncio, destacando-se por sua ambientação singular e pela proposta de oferecer uma experiência totalmente livre de marcadores.

Tivemos a oportunidade de concluir a campanha e, se você está curioso para saber se Hell is Us vale a pena, confira nossa análise completa.

Exploração sem marcação

Um dos pontos mais enfatizados no marketing do jogo foi a ausência de guias que “seguram a mão” do jogador. E, de fato, esse é um dos grandes acertos de Hell is Us.

A sensação de explorar um mapa novo sem qualquer tipo de direcionamento, muitas vezes sem um objetivo claro, mantém a curiosidade em alta. Não há mapa, minimapa ou bússola; o jogo incentiva a criar uma imagem mental do design dos cenários.

A exploração é sempre recompensadora, seja com um fragmento de lore, um novo quebra-cabeça ou um segredo intrigante. Os puzzles seguem a mesma lógica de autonomia: não existem personagens oferecendo dicas automáticas, e geralmente o que é apresentado no início é tudo o que você terá para trabalhar sua lógica. Às vezes a solução pode estar em um número escondido em documentos ou em detalhes do próprio cenário — em alguns casos, a resposta só surge horas depois.

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Mesmo assim, o design aNl9wDa-X Análise | Hell is Us é uma experiência imersiva que desafia sua curiosidadembiental guia o jogador de forma natural. Segredos, colecionáveis e até o avanço da história contam com pistas visuais eficientes, tornando a jornada fluida sem precisar de marcadores artificiais. Foi o primeiro jogo em muito tempo que me fez usar anotações manuais, reforçando ainda mais a imersão.

Esse é o primeiro jogo em muito tempo que me forçou a usar anotações, sempre marcando números importantes e a localização de certos objetos deixados para trás. Isso só ajuda a tornar a experiência ainda mais imersiva e fazer o jogador se sentir como parte do mundo.

Esse estilo pode assustar jogadores acostumados e certamente não é algo que irá agradar a todos, mas vale a pena abraçar a proposta. Hell is Us é um jogo que realmente não segura sua mão, mas ele sabe ser justo na forma que o conduz pelo mundo. Em nenhum momento senti que desejava ter um guia para ajudar a avançar.

Grande parte da campanha principal você ainda possui liberdade para fazer na ordem que desejar, o que significa que você pode jogar de forma livre e no seu próprio ritmo.

A ambientação é outro ponto alto. Cada cenário é visualmente distinto, variando entre biomas e construções imponentes. Embora o jogo não impressione tanto tecnicamente, compensa com direção de arte marcante. Locais como catedrais monumentais ou cavernas repletas de ossos são exemplos de paisagens que instigam o jogador pelo impacto visual.

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Uma lore profunda e cheia de mistérios

Hell is Us tem uma lore extremamente profunda. Conforme conhece NPCs, você se aprofunda em uma guerra que vem ocorrendo nos últimos anos entre dois povos que compartilham o mesmo país, os quais não se entendem e realizam atos barbáricos um contra o outro.

Através do diálogo com os outros personagens, o jogo vai aos poucos pintando melhor ambos os lados. A representação de guerra do jogo também é feita sem filtros, você encontra diversas cenas com pessoas queimadas em grupo ou enforcadas em árvores por inimigos, com até mesmo crianças entre elas. 

Depois disso temos a segunda camada da lore, que são os acontecimentos que ocorreram há centenas de anos atrás, abordando a formação do país de Hadea, onde  o jogo se passa.

Essa é uma parte mais complexa da lore e requer mais do jogador para ter uma imagem geral. Há vários documentos espalhados que contam mais sobre o passado do país. São história interessantes que vão desde a religião até o governo da região. Ainda assim, há uma forte conexão com os eventos que estão acontecendo nos dias atuais.

Já a narrativa principal, apesar de intrigante, não atinge todo o seu potencial. Os mistérios iniciais são cativantes e motivam a avançar, mas o final acaba sendo anticlimático e apressado, transmitindo a sensação de uma introdução para uma futura franquia. O protagonista também carece de profundidade, não tendo motivações próprias fortes e parecendo sempre apenas seguir o que está acontecendo.

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Combate básico 

Apesar das comparações, Hell is Us não é um soulslike. Ele compartilha alguns elementos do gênero, mas também se diferencia em muitos outros aspectos e especialmente por não ser o grande foco do jogo.

O combate em essência é bastante básico, você tem um ataque fraco e outro forte que pode ser carregado. O jogo traz um grande foco no gerenciamento de estamina, já que esgotá-la pode ser fatal, com o personagem se cansando e deixando todos seus movimentos mais lentos.

Quem já  jogou Nioh certamente encontrará algumas similaridades, com o jogo tendo um sistema de timing onde ao atacar você é cercado por uma aura branca, e ao pressionar o botão na hora certa, você recupera parte da sua vida em relação ao dano causado nos inimigos. É uma mecânica que incentiva o jogador a jogar na defensiva quando está com vida cheia, mas partir para um estilo muito mais ofensivo quando está quase morrendo.

Há diferentes tipos de armas, os quais entregam estilos de combate diferentes. Embora a variedade não seja muito grande, cada arma pode passar upgrade em caminhos diferentes, cada uma com suas próprias habilidades. Você pode seguir um caminho mais focado em habilidades capaz de causar dano aos inimigos, em fortalecer seu personagem, causar debilitações nos inimigos, entre outras.

Uma mecânica bastante interessante na hora do combate são as criaturas coloridas que acompanham os inimigos. Caso já tenha visto algo do jogo, deve ter notado que os inimigos brancos costumam ser acompanhados por formas geométricas de diferentes cores.

Os inimigos padrões não podem morrer enquanto a forma geométrica estiver viva. Isso às vezes traz um desafio interessante, especialmente quando há vários inimigos conectados à mesma forma.

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Como já mencionei antes, o jogo se afasta bastante dos soulslike em alguns aspectos. Para começar, não há penalidade na morte, já que você não perde nada. O fato dos inimigos mortos não ressurgirem quando você morre contribui ainda mais para isso.

O jogo ainda conta com opções de dificuldade, indo do fácil ao difícil. Tendo jogado no normal, sinto que a experiência foi tranquila. Nas partes finais, a dificuldade deu uma elevada, mas nada a ponto de se tornar impossível. Você dificilmente fica preso em alguma parte, especialmente com cada tentativa permitindo que você avance um pouco, já que cada inimigo morto conta.

Infelizmente aqui entramos em um dos pontos mais decepcionantes do  jogo. Os inimigos possuem um design interessante, mas a variedade é extremamente baixa. Do começo ao fim do jogo, você encontrará apenas os mesmos inimigos brancos. Os que você vê nos primeiros dois mapas, são os que irão se repetir pelo resto do jogo, apenas com alguns golpes novos.

As formas geométricas até chegam a receber formatos novos, mas infelizmente não são o bastante para quebrar a sensação de estar sempre enfrentando o mesmo inimigo o jogo todo. O fato dos inimigos terem todos o mesmo design branco torna ainda pior, já que as pequenas variações entre eles acaba passando despercebidas.

Os chefes infelizmente passam pelos mesmos problemas. Eles são extremamente escassos durante toda a campanha, levando mais de 15 horas para o primeiro chegar a aparecer, e acabam não sendo diferentes o bastante dos inimigos comuns para se tornarem memoráveis.

Infelizmente a falta de variedade de inimigos e a baixa opções de armas tornam o combate de Hell is Us extremamente estagnado do começo ao fim. As habilidades até conseguem trazer um diferencial, mas não o bastante para tirar a sensação de  mesmice presente no combate após um tempo. 

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Hell is Us Vale a Pena?

Hell is Us é um jogo que se destaca pela sua originalidade. Ele proporciona uma experiência imersiva e gratificante para aqueles dispostos a se aventurar sem guias. O design de cenários, a ambientação variada e a profundidade da lore contribuem para criar um mundo rico e intrigante, onde cada descoberta recompensa a curiosidade do jogador.

O jogo infelizmente peca pela falta de variedade de inimigos e a escassez de chefes, além de uma conclusão que deverá ser insatisfatória para muitos envolvidos em seu mistério.

Então, eu recomendaria Hell is Us? Se você é um jogador interessado em explorar um mundo por conta própria, desvendando sua lore e resolvendo quebra-cabeças que não o seguram pela mão, esse é um jogo que facilmente prenderá sua atenção. Agora se você está interessado mais pelo lado do combate, talvez não seja o jogo certo para você.

NOTA: 84

Pontos Positivos:

  • Exploração recompensadora e liberdade na campanha.

  • Quebra-cabeças desafiadores e design de pistas ambientais eficiente.

  • Ambientação rica, cenários variados e bela arte.

  • Lore profunda e narrativa com mistérios intrigantes.

  • Jogo com muita originalidade.

Pontos Negativos:

  • Baixa variedade de inimigos e chefes pouco memoráveis.
  • Conclusão apressada e anticlimática.

  • Protagonista pouco desenvolvido.

  • Combate não muda muito do começo ao final do jogo.

📰 Notícia originalmente publicada em GameVicio

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