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Análise | Dying Light: The Beast é a franquia em sua forma mais brutal

Dying Light: The Beast é o mais novo jogo da icônica série de zumbis, e nós da GameVicio tivemos a oportunidade de testá-lo antecipadamente. Se você está curioso para saber se vale a pena, confira abaixo nossa análise detalhada.

Gameplay brutal e divertido

O gameplay sempre foi o ponto alto de Dying Light e podemos afirmar que The Beast é facilmente o mais polido e divertido nesse aspecto. O combate desse novo título é o mais brutal e satisfatório da franquia até agora, com cada golpe tendo peso, e a forma como os corpos dos zumbis reagem aumenta a imersão: braços sendo decepados, crânios expostos ou inimigos se arrastando após perderem as pernas. O nível de violência e desmembramento supera facilmente os títulos anteriores.

Enfrentar hordas também nunca perde a graça, graças à grande variedade de armas. Há uma grande variedade de armas para se usar, desde algo rápido eficaz contra apenas um inimigo ou armas pesadas capazes de derrubar vários zumbis com apenas um ataque. 

Falando em armas, a Techland ouviu os fãs e as armas de fogo estão de  volta com uma presença muito maior. Logo na primeira hora de campanha já é possível obter uma, e embora a munição não seja tão fácil de encontrar, o jogo ainda incentiva os jogadores a usarem armas de fogo.

O parkour continua sendo um dos pontos altos. Crane já começa com muitas habilidades desbloqueadas, garantindo movimentação fluida desde o início. O parkour também parece ter um pouco mais de peso. A diferença com os títulos anteriores é pequena, mas jogando você sente sutilmente como há uma precisão maior, embora não de forma que atrapalhe o jogador.

Embora alguns possam sentir falta da asa-delta do jogo anterior, a qual não retorna em The Beast, a equipe compensou com um design vertical muito mais robusto para o jogo, não só nas cidades, mas também no mundo aberto. Há várias torres, árvores e outras instalações que ajudam você a se movimentar mesmo pelos campos usando o parkour.

Outro ponto que vale ressaltar, é que mesmo que Crane em seu potencial máximo não tenha tantas habilidades de parkour quanto Aiden no segundo jogo, eu diria que isso é algo positivo. O parkour está muito mais contido e focado na sobrevivência, tornando a experiência mais tensa.

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A grande inovação é o Modo Fera de Crane. Ao encher uma barra especial — seja atacando ou esquivando no momento certo — o protagonista entra em um estado de fúria. Nesse modo, ele luta apenas com os punhos, despacha grupos de inimigos com facilidade, realiza finalizações brutais e até arremessa objetos pesados.

É um modo extremamente divertido de se usar, não só pela facilidade em matar os inimigos,  mas também pela forma que aprimora todos os movimentos de Crane. Ele consegue correr mais rápido, pular mais alto e muitas outras melhorias. É simplesmente pura diversão.

No Modo Fera, o jogo simplesmente transforma você da presa para o caçador. Um dos momentos mais marcantes aconteceu durante um confronto contra atiradores posicionados em um telhado distante: ao ativar o Modo Fera, avancei rapidamente pulando de prédio em prédio, criando um verdadeiro caos. É brutal, violento e divertido — exatamente a essência da franquia.

Infelizmente uma decisão do estúdio quanto ao Modo Fera acabou me causando estranheza. Como eu comentei anteriormente, para se transformar você precisa preencher uma barra de fúria. O problema é que quando a barra se enche, você se transforma automaticamente, sem necessitar de um comando do jogador.

Talvez por tentar fazer uma ligação entre o gameplay e a narrativa, com Crane perdendo o controle, mas é frustrante acabar se transformando sozinho quando um grupo de inimigos já está quase acabando ou então durante uma luta com uma criatura gigante quando ela já está quase morrendo. Você sente que acabou desperdiçando uma transformação e a única solução é desativá-la para ao menos tentar guardar metade da barra.

dying-light-the-beast_jpg_200x150_crop_q85 Análise | Dying Light: The Beast é a franquia em sua forma mais brutal

Para os jogadores preocupados com as seções de noite, saibam que a Techland aprendeu com o segundo jogo. Quando começa a escurecer, é melhor você correr, pois os Voláteis são imparáveis. Essas criaturas detectam sua presença facilmente e o perseguem incansavelmente, cada vez  mais deles vindo atrás de você.

Os voláteis estão muito mais perigosos que no primeiro jogo. Além da quantidade deles pelas ruas que te perseguem, eles estão muito mais inteligentes e agressivos. Lidar com um grupo deles é uma tarefa extremamente desafiadora, até mesmo na reta final do jogo.

Outra mecânica que retorna do primeiro jogo são os veículos. Eles funcionam de forma similar a The Following, com uma certa quantidade de gasolina que pode ser recuperada ao saquear outros carros encontrados na rua. Aqui, no entanto, a mecânica é mais simples. Os veículos não possuem uma árvore de habilidade própria e um sistema complexo de personalização, já que você está constantemente pegando um carro novo espalhado pelo mapa.

O cenário também nem sempre é propício para o uso de veículos. Em muitas áreas, enquanto segue o caminho até uma missão, é fácil o carro acabar ficando preso. Nas maiorias das vezes, acaba sendo mais prático ir simplesmente a pé.

Entrando na progressão do personagem, ela por si só não é ruim, mas quem jogou os títulos anteriores certamente sentirá uma certa repetição. Muitas das novidades liberadas para o combate, parkour e furtividade são as mesmas do Dying Light 1 e 2, o que pode parecer meio repetitivo para quem jogou os anteriores.

Ao menos há uma árvore de habilidade totalmente inédita, a do Modo Fera. Ao contrário das outras, onde você ganha pontos passando de nível, nela você recebe um ponto para gastar cada vez que mata uma das Quimeras, os alvos principais do jogo. Essa árvore em específico traz diversas habilidades devastadoras para Crane, deixando seu Modo Fera ainda mais poderoso.

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Um mapa que brilha em design

Visualmente Dying Light: The Beast é um jogo bastante bonito, mas que se destaca mais pela sua bela arte. Seus campos abertos, lagoas cintilante e pequenas vilas, ou então uma grande cidade que se mantém imponente onde você estiver no mapa compõem cenários variados.

O mapa é bastante robusto, contando com uma grande cidade principal, onde você conhece a maior parte dos NPCs e aceita as missões, e os campos abertos em volta. Na cidade, você se locomove com o uso do parkour. A equipe fez um excelente design de mapa para permitir suas manobras.

Este acabou sendo o design que mais me agradou da franquia até o momento. Há muitas passagens e atalhos por toda a cidade, permitindo que você faça parkour de forma constante sem precisar interromper os movimentos, útil especialmente durante os momentos de fuga.

As áreas de campo aberto já oferecem percursos mais focados para o veículo. Há uma excelente variedade de ambientes no mapa, desde florestas, campos   pântanos, cada um com sua própria personalidade.

A performance também surpreende. No PC, o jogo rodou de forma bastante estável mesmo na qualidade mais alta. O Ray Tracing, no entanto, acabou tendo um impacto significativo na performance. O RT estava disponível apenas na versão inicial que joguei, tendo sido removido com o patch day one, talvez para que a equipe pudesse otimizar a tecnologia.

História simples, mas com missões cativantes

Dying Light: The Beast não possui a história mais complexa que você encontrará, mas serve o seu papel. A narrativa do jogo é focada em um aspecto: fazer Crane e o jogador se sentirem ‘fodões’. 

A história acompanha Crane após 13 anos preso em um laboratório passando por experimento. Após finalmente escapar, seu objetivo é se  vingar do Barão, o homem por trás dos experimentos. Para isso, ele precisa enfrentar Quimeras, criaturas modificadas cujo DNA conseguem fortalecer Crane, para que possa enfrentar o exército do Barão.

A caça por essas criaturas traz momentos incríveis, com muitas delas servindo como chefes. São batalhas que mostram o poder bruto de Crane e desafiam o jogador com combates maiores que os outros nos jogos. É uma história muito mais focada do que vimos no segundo jogo.

Falando no Crane, o retorno do personagem foi sem dúvidas algo positivo demais para a série. Sua personalidade continua cativante, mas o personagem agora tem muito mais expressão, especialmente pela excelente adição das cutscenes em terceira pessoa, que nos permite ver o personagem durante momentos importantes da  história, inclusive mantendo os equipamentos que você equipou.

As missões secundárias do jogo também me impressionaram. Enquanto a campanha principal foca na ação e momentos épicos, os conteúdos opcionais se focam mais no lado humano da narrativa, apresentando os  sobreviventes deste mundo.

São histórias às vezes mais pé no chão, mostrando os desafios que uma família passa nesse mundo pós-apocalíptico, ou algo mais voltado para o lado cômico, como um cientista tentando inventar um som que assusta zumbis. São historinhas divertidas de acompanhar e que brilham ainda mais pela personalidade de Crane. Além disso, muitas vezes oferecem novos recursos interessantes, como o projeto de uma nova arma ou uma ferramenta que facilita sua batalha contra os zumbis.

Tanto em questão de campanha quanto de conteúdo, o jogo também é bem mais contido que o seu antecessor. A Techland focou em entregar o que os fãs queriam em vez de um vasto RPG como fizeram no segundo título, e o resultado foi bastante positivo.

No entanto, uma crítica fica para as missões de salvar sobreviventes pelo mapa. Elas aparecem aleatoriamente e muitas vezes você fracassa porque seus próprios ataques acabam matando os sobreviventes. Tentar acabar com os zumbis, enquanto o NPC fica ao lado, raramente funciona como deveria.

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Conclusão

Dying Light: The Beast entrega a melhor experiência da franquia até o momento para fãs da franquia e novos jogadores. Com um combate brutal, parkour refinado, um Modo Fera extremamente satisfatório e um mapa variado e bem construído, o jogo consegue capturar a essência que tornou a série tão icônica.

Embora a narrativa não seja complexa e algumas mecânicas possam parecer repetitivas para quem acompanhou os títulos anteriores, a campanha principal e as missões secundárias oferecem diversão consistente e momentos memoráveis.

No fim das contas, The Beast prova que a Techland ainda domina a arte de criar aventuras pós-apocalípticas envolventes, cheias de ação e desafios, consolidando-se como um dos melhores jogos de zumbi no mercado.

NOTA: 86

Pontos Fortes

  • Combate brutal e visceral

  • Parkour fluido e bem aproveitado no design de mapas

  • Modo Fera extremamente divertido de se usar
  • Missões secundárias interessantes e recompensadoras

  • Jogo bonito e muito bem otimizado

  • Jogo bem menos inchado que o anterior

Pontos Fracos

  • Progressão muito similar aos títulos anteriores

  • Transformação automática no Modo Fera pode ser frustrante

  • História continua sendo simples


📰 Notícia originalmente publicada em GameVicio

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