Governo do Reino Unido diz que não tem “planos de intervir” nas decisões dos processadores de pagamento

O governo do Reino Unido respondeu formalmente a uma petição relacionada ao banimento de jogos adultos nas principais plataformas digitais. A mobilização surgiu após as recentes ações de censura que afetaram a indústria de games, especialmente após o grupo de pressão Collective Shout iniciar uma campanha que resultou na remoção em massa de jogos com conteúdo adulto do Steam e Itch.io. Esta petição buscava uma intervenção oficial contra as restrições crescentes no mercado britânico.

No seu comunicado, o governo afirmou que nenhuma ação será tomada contra os processadores de pagamento, não tendo “planos de intervir” no que consideram decisões comerciais.

“As decisões sobre com quais empresas os processadores de pagamento firmam contrato são uma questão comercial, levando em consideração os requisitos relevantes para a empresa. Essas decisões serão influenciadas por diversos fatores, e o Governo não tem planos de intervir nessas decisões comerciais.”

PUBLICIDADE

De acordo com o governo do Reino Unido, “é importante que as empresas tenham maior escolha nas formas de pagamento que podem aceitar”, com empresas como VISA e Mastercard podendo decidir quais tipos de conteúdos aceitam comercializar.

Nos últimos meses, a indústria de jogos testemunhou um aumento significativo na censura devido à pressão de grupos que têm como alvo conteúdos que consideram inadequados. O grupo, que se posiciona firmemente contra pornografia, conseguiu influenciar processadores de pagamento como Visa e Mastercard a ameaçarem retirar seu suporte de plataformas que comercializam jogos adultos.

A petição ao governo britânico surgiu como uma resposta da comunidade de jogadores e desenvolvedores preocupados com o que consideram censura excessiva e pressão desproporcional de grupos específicos sobre toda a indústria. O caso levanta questões importantes sobre liberdade criativa e comercial no mercado de jogos digitais, bem como sobre o poder que empresas de processamento de pagamento exercem sobre o conteúdo cultural disponível online.