George Miller afirma que a inteligência artificial vai revolucionar o cinema
George Miller, o renomado diretor da franquia Mad Max, surpreendeu a indústria cinematográfica ao comparar a revolução da inteligência artificial no cinema ao impacto do movimento Renascentista na pintura. Em meio a crescentes preocupações em Hollywood sobre os potenciais riscos da IA, exemplificados pela recente atriz virtual Tilly Norwood, o cineasta australiano apresenta uma visão notavelmente otimista.
Em entrevista ao The Guardian, antes de liderar o júri do Festival de Cinema AI Omni na Austrália, George Miller destacou que o debate atual sobre IA “ecoa momentos anteriores na história da arte”. O diretor traçou um paralelo específico com a era renascentista, quando a introdução da pintura a óleo revolucionou as possibilidades artísticas, permitindo revisões e aprimoramentos ao longo do tempo.
“Essa mudança gerou controvérsias. Alguns argumentavam que verdadeiros artistas deveriam ser capazes de se comprometer com a tela sem correções, outros abraçaram a nova flexibilidade”, explicou Miller. “Um debate semelhante aconteceu em meados do século XIX com a chegada da fotografia. A arte precisa evoluir. E enquanto a fotografia se tornou sua própria forma de expressão, a pintura continuou. Ambas mudaram, mas ambas perduraram. A arte mudou.”
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O diretor de 79 anos defende que a tecnologia de IA é “muito mais igualitária” que os métodos tradicionais de produção cinematográfica. “Isso tornará a narrativa audiovisual acessível a qualquer pessoa que tenha vocação para isso”, afirmou. “Conheço crianças que ainda não têm nem dez anos usando IA. Elas não precisam levantar dinheiro. Estão fazendo filmes — ou pelo menos montando imagens.”
George Miller, cujo mais recente filme “Furiosa: A Mad Max Saga” arrecadou US$ 174,3 milhões nas bilheterias mundiais após sua estreia no Festival de Cannes em 2024, também classificou a inteligência artificial como “a ferramenta de evolução mais dinâmica na criação de imagens em movimento”.
“Como cineasta, sempre fui motivado pelas ferramentas. A IA veio para ficar e mudar as coisas”, argumentou, observando que “o equilíbrio entre criatividade humana e capacidade da máquina, é sobre isso que gira o debate e a ansiedade.”
Apesar de sua postura favorável à nova tecnologia, Miller acredita que a IA não representa uma ameaça fundamental porque não pode substituir a “essência humana” nas atuações. Refletindo sobre uma conversa anterior a respeito do documentário britânico “Listen to Me Marlon” (2015), que recriou Marlon Brando em 3D através de software, o diretor mostrou ceticismo quanto à capacidade da IA de recriar verdadeiramente a essência de um ator.
“No futuro, você pode ter um personagem que se pareça com Marlon Brando, mas não terá nada próximo ao verdadeiro Marlon Brando”, citou Miller, repetindo as palavras de um jovem diretor. “Você não terá o engajamento, aquelas performances que surgem do esforço colaborativo entre outros atores, diretores, roteiristas e assim por diante. Você não terá a essência de Brando.”
Fonte: Variety
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📰 Notícia originalmente publicada em GameVicio
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