MercurySteam, estúdio de Metroid Dread e Blades of Fire, é acusado de práticas de crunch
A MercurySteam, estúdio responsável pelo aclamado Metroid Dread e pelo recente Blades of Fire, está enfrentando sérias acusações de práticas de crunch e condições de trabalho questionáveis. Uma investigação da publicação espanhola 3DJuegos revelou que funcionários atuais e ex-funcionários do estúdio denunciam horas extras obrigatórias e uma cultura de trabalho excessivo que se tornou a norma.
Segundo relatos, os problemas começaram antes mesmo do lançamento de Blades of Fire, quando a empresa implementou um novo cronograma de trabalho chamado “Distribucion Irregular de la Jornada” (DIJ) ou Distribuição Irregular da Jornada em tradução direta. Este sistema impunha jornadas de 10 horas diárias para determinadas equipes, substituindo o que antes eram turnos regulares de 8 horas. O mais preocupante: a compensação por essas horas extras nunca foi claramente estabelecida.
Um funcionário entrevistado relatou: “No início, disseram que as horas extras eram completamente obrigatórias, sem distinguir entre as horas DIJ e as novas, e falaram sobre a necessidade de horas extras como se estivéssemos em algum tipo de crise. Usaram linguagem exagerada para descrever a situação da empresa”. Curiosamente, quando questionado, o departamento de RH da MercurySteam admitiu que essas horas não eram de fato obrigatórias, contradizendo a comunicação inicial.
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A implementação do DIJ também foi problemática em termos de registro oficial. Não havia documentação formal sobre este novo sistema, as diretrizes eram transmitidas verbalmente da gerência para os funcionários. Mais alarmante ainda é que nem todas as equipes foram submetidas ao mesmo regime. Enquanto alguns grupos raramente conseguiam escapar do cronograma intensificado, outros sequer foram afetados pela mudança.
A situação piorou drasticamente após o lançamento de Blades of Fire, que não atingiu as expectativas de vendas. A própria publicadora do jogo declarou publicamente que o título havia performado abaixo do esperado. As equipes, que já vinham trabalhando em ritmo acelerado por meses para finalizar o jogo, viram o crunch se normalizar como estado permanente para muitos desenvolvedores.
Por volta de agosto de 2025, a empresa começou a demitir funcionários, com algumas equipes sendo reduzidas significativamente. No entanto, seguindo o padrão de tratamento desigual, outros departamentos continuaram contratando normalmente. Fontes internas revelam que a comunicação entre funcionários foi severamente restringida, com chats não relacionados ao trabalho sendo encerrados e até mesmo divisórias físicas sendo instaladas no escritório.
Apesar da moral baixa e do futuro incerto, relatos indicam que o estúdio continua em ritmo de crunch para seu próximo projeto, ainda não anunciado. Esta situação levanta sérias questões sobre práticas trabalhistas na indústria de jogos, especialmente em um estúdio responsável por títulos de alto perfil como Metroid Dread.
Fonte: 3DJuegos
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📰 Notícia originalmente publicada em GameVicio
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