Desenvolvedor veterano denuncia discriminação etária na indústria japonesa de games
Tokihiro Naito, veterano desenvolvedor japonês de 50 anos e criador de Hydlide (1984), denunciou publicamente a discriminação etária que enfrenta na indústria de games do Japão. O programador revelou que, após o fim de seu último contrato, enfrentou uma barreira quase intransponível ao tentar se recolocar no mercado, mesmo sendo responsável por um dos primeiros RPGs de ação de mundo aberto do país.
Em seu perfil na rede social X, Naito compartilhou que enviou quase 100 currículos para empresas japonesas, mas aproximadamente 90% foram rejeitados imediatamente quando viram sua idade. Nas poucas entrevistas que conseguiu, o veterano percebeu que eram apenas gestos simbólicos por conta de seu nome reconhecido na indústria, sem real interesse em contratá-lo.
O atual diretor na M2 não está sozinho nessa luta. Seu relato gerou manifestações de outros profissionais que enfrentam o mesmo problema. Hiromasa Iwasaki, outro designer veterano, confirmou que após os 50 anos apenas estúdios estrangeiros costumam oferecer entrevistas no Japão. Iwasaki revelou que só conseguiu seu emprego atual através de um contato pessoal.
Um ex-funcionário da T&E Soft, estúdio responsável pelo Hydlide, também compartilhou experiência similar, relatando que foi não apenas rejeitado, mas também insultado por sua idade ao tentar se candidatar para posições equivalentes às que já havia ocupado anteriormente.
O caso expõe um problema estrutural no mercado japonês de games. A falta de legislação específica contra discriminação etária, combinada com a forte cultura hierárquica nas empresas do país, cria um ambiente onde desenvolvedores experientes são sistematicamente marginalizados, apesar de décadas de contribuição para a indústria.
Ironicamente, segundo o próprio Tokihiro Naito, empresas internacionais demonstram maior abertura para profissionais seniores. Em suas palavras, nesses estúdios “a idade não é considerada um fator nos processos de contratação”, o que evidencia a necessidade de uma reflexão profunda sobre as práticas laborais na indústria japonesa de games.
Fonte: 3DJuegos
📰 Notícia originalmente publicada em GameVicio
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