Análise | Digimon Story: Time Stranger é um JRPG nostálgico e ambicioso feito para os fãs
Digimon é uma série extremamente nostálgica para muitas pessoas, marcando a infância de diferentes gerações com animes, filmes e jogos. Agora, a franquia retorna com Digimon Story: Time Stranger, talvez a experiência mais ambiciosa da série até hoje. Nós da GameVicio tivemos acesso antecipado ao título completo e trazemos nossa análise completa abaixo!
Assim como em outros JRPGs do gênero, o grande foco está em conquistar novas criaturinhas para o seu grupo. A quantidade de Digimon disponíveis aqui é incrivelmente alta — possivelmente a maior já vista na franquia. Estão presentes tanto clássicos dos animes originais, que todo fã deve reconhecer, quanto criaturas mais recentes, todas com designs dignos de elogios.
O jogo traz um sistema único para obter novas criaturas. Em vez de capturá-las durante os combates, cada vez que você derrota um tipo de inimigo a análise de dados dele aumenta. Ao chegar em 100%, é possível criar uma cópia; se você esperar até 200%, a criatura já nasce em uma versão levemente mais forte.
Esse sistema traz um incentivo maior para repetir as lutas além de simplesmente obter experiência. Quanto mais você enfrenta o mesmo inimigo, mais versões deles poderá criar, aumentando o seu leque de possíveis digievoluções.
E por falar em evoluções, elas são um dos pontos mais interessantes do jogo. Ao invés de seguirem uma evolução linear, cada Digimon possui várias possibilidades de se transformar, as quais são desbloqueadas dependendo de vários fatores, como personalidade e status.
Há diversos caminhos para se seguir na evolução, com muitas possibilidades distintas. Há um certo nível de planejamento necessário para conseguir as formas que você deseja. As evoluções supremas, as mais poderosas disponíveis no jogo, vão exigir uma linha de evolução mais cuidadosa do que simplesmente seguir de forma aleatória.
Para chegar no seu Digimon desejado, você precisa evoluir os atributos necessários desde a forma inicial e moldando a personalidade dele através de diálogos rápidos que acontecem no campo. Para ajudar você com isso, o jogo traz uma função essencial: a Digifarm.
Dentro da Digifarm, você pode colocar os Digimon que deseja treinar, fazendo com que melhorem em status específicos. Os treinamentos ocorrem em tempo real enquanto o jogo estiver aberto, tendo uma duração fixa. É uma ferramenta essencial para você planejar suas evoluções e chegar no tão sonhado Digimon que almeja.
Essas mecânicas são adições fantásticas que tornam todo o processo de evolução das criaturinhas muito mais complexo e envolvem o jogador diretamente em todo o processo, não sendo apenas uma consequência do fato de aumentar o level do Digimon.
Como já disse anteriormente, a quantidade de Digimon disponível é gigante, há tantas evolução e caminhos a seguir que você acaba fazendo várias cópias das mesmas criaturinhas base para descobrir outras linhas de evolução possível. É extremamente divertido brincar com esse aspecto do jogo.
O combate do jogo não foge muito do que estamos acostumados se tratando de turno, mas com o já padrão sistema de pedra-papel-tesoura da franquia, onde existem 3 tipos de Digimon: Dado, Vacina e Vírus, cada um sendo mais eficiente que o outro. A equipe ainda adicionou fraquezas elementais para dar uma camada a mais de complexidade ao combate.
Você sempre terá 3 Digimon em sua party, além de um convidado que muda dependendo do ponto da história. Além disso, você pode colocar mais 3 criaturas no time reserva para ir substituindo conforme necessário ou quando o time principal for derrotado.
As habilidades dos Digimon também se estendem além do combate. Por exemplo, em certo momento você pode precisar ativar um painel elétrico, para isso é necessário uma criaturinha com poderes de eletricidade na sua equipe para prosseguir. Essa mecânica, combinada com as fraquezas elementais, força o jogador a sempre ter uma boa variedade de Digimon.
Digimon ainda conta com diversas funções de ajuda que aos poucos vêm sendo implementadas nos JRPG, para permitir que o jogador personalize sua experiência. Há combate automático e seleção de até 5x para a velocidade dos ataques, o que ajuda a acelerar os momentos de grind.
Os ataques fora do combate não servem só para começar com a vantagem, mas também podem eliminar na hora os inimigos muito mais fracos que você sem precisar entrar na batalha em turno. Em um jogo que você pode passar algum tempo repetindo batalhas para conseguir as digievoluções que deseja, são funções que fazem uma grande diferença.
A campanha principal é um ponto que não pouparei elogios. Do começo ao fim, é difícil lembrar de um momento que eu não estivesse me divertindo com o jogo. Existem sim aqueles pontos um pouco inchados comuns em JRPGs, mas no geral a experiência é sensacional.
A introdução do jogo já mostra para o que Digimon Story Time Stranger veio: uma história intrigante sobre viagem no tempo com muitos momentos épicos. Durante toda a narrativa os jogadores são surpreendidos com desenvolvimentos interessantes na história.
O trabalho nas cutscenes feito pela equipe também é impressionante. Há muitas delas que chamam muita atenção pelo nível de grandiosidade e qualidade. Os últimos capítulos em especial são extremamente épicos, sendo ‘puro cinema’ acompanhar a história em sua reta final.
A parte técnica do jogo também é bastante competente. Os visuais possuem um grande charme, com todos Digimon muito bem detalhados. O jogo ainda traz uma boa variação de cenários, cada um com sua própria estética.
Apesar da quantidade enorme de criaturas, há uma excelente variedade de animações. Embora os ataques dos inicias sejam mais simples, quanto mais você evolui, mais complexas as animações de ataque se tornam. Os Digimon na forma Suprema são um espetáculo à parte, com golpes incrivelmente bem trabalhados e complexos, com animações que você vê que a equipe realmente colocou esforço por trás delas.
O jogo ainda conta com muito conteúdo para aproveitar. Além da campanha, você certamente gastará muitas horas treinando seus Digimon, completando desafios secundários e aproveitando tudo que o jogo tem a oferecer.
Apesar da excelente campanha principal, as quests secundárias do jogo não conseguem acompanhar o mesmo nível. Embora tenha algumas mais interessantes na reta final, a grande maioria são missões sem profundidade e que muitas vezes acabam até mesmo sendo cansativas de se fazer pelos diálogos. Considerando que para fazer digievoluções mais fortes você precisa passar de nível de treinador, com a experiência sendo ganha apenas ao completar missões, se você deixar as secundárias de lado terá grande dificuldade em liberar as criaturas mais fortes do jogo.
Por fim, quem já assistiu Digimon, especialmente os clássicos, sabe o quão marcante a trilha sonora da franquia costuma ser. Infelizmente Digimon Story Time Stranger não consegue chegar ao mesmo nível. Não que as músicas sejam ruins, mas não são tão marcantes quanto os fãs estão acostumados.
Conclusão
NOTA: 90
Pontos Fortes
- Nostalgia e fanservice: Retoma elementos clássicos da franquia, agradando fãs antigos.
- Variedade de Digimon: Grande quantidade de criaturas, incluindo clássicos e novas, com designs incríveis.
- Sistema de evolução complexo: Múltiplos caminhos de evolução, exigindo planejamento estratégico e uso da Digifarm.
- Ferramentas de personalização: Combate automático, velocidade ajustável e funções para acelerar grind.
- Campanha principal envolvente: História intrigante com momentos épicos e cutscenes de alto nível.
- Qualidade técnica: Visuais charmosos, com boa variedade de cenário e animações bem trabalhadas.
- Conteúdo extenso: Muitas horas de jogo entre campanha, treino de Digimon e desafios adicionais.
Pontos Fracos
- Quests secundárias fracas: Muitas missões repetitivas, sem profundidade e cansativas, especialmente no início.
- Trilha sonora pouco memorável: Apesar de competente, não atinge o impacto das músicas clássicas da franquia.
📰 Notícia originalmente publicada em GameVicio
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